segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Vamos de férias?

Pois é, a Esfera agora tem uma alentejana na equipa (Madalena e Rute, o Sul já está em maioria!!! :)). E é precisamente pelo Alentejo que vou começar com a minha primeira participação neste blogue. Vou lançar-vos um desafio. Já que o tempo é de Sol, calor e férias, que tal cada um de nós fazer aqui uma proposta de passeio/viagem? A ideia é sugerirem algo para fazer nas férias. Um passeio, viagem, visita, falar do que há de bom na vossa terra, por exemplo. Quem não gosta de escrever pode sempre partilhar fotografias. Tenho a certeza que vamos todos beneficiar com esta ideia.

Como não podia deixar de ser a minha sugestão é um passeio pelas praias da Costa Alentejana. Para quem ainda não conhece ou para aqueles que já por lá passaram tenho a certeza que vão gostar desta proposta. Pelo menos o itinerário é diferente, a começar pelo meio de transporte, a mota (mas não se preocupem que eu sou boazinha e vou dando algumas dicas para quem insistir no carro). Já imaginaram como deve ser bom o ventinho a bater na cara no meio do calor abrasador do Alentejo? Muito melhor do que fazer sauna durante a viagem ou estar a levar com ar condicionado. Quem não tem mota pode sempre alugar uma. Existem várias empresas que, para além de organizarem passeios de mota ou de jipe no Alentejo, também dispõe de motas para aluguer. Vamos então ao itinerário...

Partindo de Lisboa o desafio é encontrarem a Praia do Pinheirinho. Não é vigiada e é por isso, pelo difícil acesso e pela falta de indicações na estrada que é quase deserta. Mas para nós o acesso não é problema porque vamos de mota. E é, desta forma, ou de jipe, que a maioria das pessoas consegue lá chegar. Quanto às indicações, é só seguir pela Estrada Nacional 261 e virar à direita para uma estrada de terra batida logo a seguir à prisão de Pinheiro da Cruz e a uma antiga fábrica. É fácil, não é? :) Levem a geleira atestada porque não há nada por perto. Se forem teimosos como eu já fui e quiserem arriscar ir de carro lembrem-se que os tapetes podem ser uma boa ajuda para tirar o carro da areia quando atascar. Mas o que ajuda mesmo é passar uma alma caridosa de jipe e rebocar o carro. :)

A Praia da Torre é também um ponto de paragem obrigatório. Não tem muita gente (ou quase nenhuma). São poucos os que se atrevem a subir a pé as dunas que dão acesso à praia. Até a mota tem que ficar no arrozal. Mas só custa para cima. Porque para baixo todos os santos ajudam, já dizia o ditado. E é bom que ajudem mesmo, porque se voltarem ao fim da tarde os mosquitos atacam por todos os lados. Não há repelente que nos valha. Ainda assim é uma praia fantástica onde tranquilamente se passa um dia ou uma noite agradável. Como não é vigiada, ninguém incomoda e podemos, sem transtornos, ter a típica noite de praia à volta da fogueira e ao som da viola.

Para pernoitar sugiro uma magnífica casa de campo localizada no Parque de Campismo da Galé. Dizem que é um dos melhores parques de campismo do país. Tem acesso directo à Praia da Galé e tem próximo bons restaurantes para o petisco ou apenas para os típicos caracóis de fim de tarde. Para quem não gosta de montar tendas lembrem-se que já há daquelas de atirar ao ar! :) Estou a brincar! :) Podem dormir na pensão da Tia Rosa que fica na EN 261, nas Fontainhas, Melides. O ambiente é acolhedor e é barato. É uma casa com muitas histórias para contar... De qualquer modo, mesmo ficando na Tia Rosa não deixem de ir à Praia da Galé, nem que seja à noite. Normalmente, no Verão, há um bar no areal que, à falta de melhor, chama muita gente.

Se quiserem descer mais podem sempre apreciar as praias de Porto Covo ou Vila Nova de Mil Fontes. Afinal, são estas que a maioria das pessoas associa à Costa Alentejana. Quanto a mim não são propriamente a melhor opção para quem procura tranquilidade. Ainda assim, nesta zona, apesar de muitos não acharem nada de especial, arrisco sugerir uma visita à Ilha do Pessegueiro. Gosto da vista e do ambiente que nos remete para as muitas lendas e mitos que lhe estão associados. Se até Rui Veloso lhe dedicou uma canção é porque algum interesse deve ter, não acham? Mas sobre este capítulo dos mistérios da Ilha do Pessegueiro não vos vou contar mais. Partam à descoberta...

Fica aqui a minha primeira contribuição para aquele que será o blogue com mais Ideias do país! :) Aguardo pelas vossas pois pode ser que tenham sugestões para as minhas férias que já começaram... Já tenho saudades vossas! Divirtam-se!!!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Coincidências...

Olá a todos!
Estou a estrear-me este espaço e, por acaso, é a primeira vez que escrevo uns bitaites – aqui posso dar-me ao luxo de não estar preocupada se as palavras existem realmente no dicionário ou não... e gosto disso! –, uns bitaites, dizia eu, neste mundo dos blogues. Com isto, refiro-me ao acto de escrever, segundo o Priberam, numa «página de internet com características de diário, actualizada regularmente»...
Ups, lá estou eu a citar e a ir ao dicionário...! É mesmo vício já.

Por isso, e como este espaço tem – ou poderá ter – características de diário, vou escrever, precisamente, sobre um episódio que me aconteceu recentemente e que remete para um tema que, pessoalmente, me intriga muito: as coincidências.
Parece que já estou a ouvir as risadas de chacota das minhas colegas ao lerem isto... É que elas já sabem de cor qual é o episódio que vou partilhar, de tantas vezes que a ele me referi! Mas eu conto outra vez!

Então, foi o seguinte: uma certa manhã desta semana, cheguei ao escritório, pus o estaminé a funcionar (luzes, pc's e ar condicionado, que, com o calor que tem feito, isto nao se pode), tirei uns apontamentos, enfiei o caderno e o gravador na mala e fiquei à espera do Tino, o fotógrafo (que também é meu chefe), para irmos fazer uma entrevista a um ilustre urologista português (para o nosso Urologia Actual).

Chega ele, pouco passa das nove e meia, e da Joana, a nossa gestora de projectos, nem sinal. Como não era hábito (normalmente, àquela hora, ela já costuma estar) e a rapariga não tem as chaves do escritório, mando-lhe um sms a avisar que iria pôr as minhas chaves debaixo do tapete do escritório, para que, quando ela chegasse, não precisasse de ficar à espera da Rute ou da Madalena para entrar.
Ai que eu não devia dizer isto, que para a próxima vez já é arriscado... Mas, pensando bem, o Sr. Nogueira, o porteiro cá do sítio (um ex-militar que, além de ser uma personagem, é meu vizinho) não dá hipóteses aos ladrões e a outras gentes mal-intencionadas...

Nem me lembrei que a Joana e a Madalena tinham reunião às dez não-sei-aonde. Quando a Joana me responde com um sms dizendo isso mesmo, o Tino diz-me para avisar a Rute para que, quando chegasse, tirasse as chaves debaixo do tapete. Escrevo-lhe uma mensagem com esse mesmo pedido. Então e não é que, ouvindo um sinal de sms do meu telemóvel, leio-a e é, afinal, não a Rute, mas a minha cunhada, a Inês, a perguntar-me se eu podia deixar as chaves da arrecadação lá de casa na caixa do correio??!!

Olhem, fiquei toda trocada. Já nem sabia para quem é que eu havia de responder e quem é que tinha de me responder a mim... (Mas, já agora, tanto eu como a Rute respondemos que sim, acedíamos em colocar/retirar as chaves do sítio que nos tinha sido pedido quase em silmultâneo.)

Relevei este episódio, porque fiquei mesmo a pensar nisso, mas a verdade é que até me acontecem, com alguma frequência, das mais variadas coincidências (desde estar a escrever uma palavra e ouvi-la ao mesmo tempo a telefonar para uma pessoa que tem o telemóvel interrompido, porque, descubro depois, está a tentar ligar para mim). E não sei porquê, gosto de estar atenta a elas e de lhes tentar retirar alguma interpretação ou ensinamento.

Interpretar, quase nunca o consigo fazer, mas retirar algum ensinamento, sim. Sempre o mesmo: que não há coincidências. Prefiro pensar que esses fenómenos, sejam assombrosos ou simplesmente divertidos, são, não um mero acaso, mas antes sinal de uma sincronicidade que nos mostra que há, de facto, um elo entre nós e o Universo...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Equipa maior, uma nova fase

Pessoal da Esfera,

Sei que a falta de tempo nos tem feito desprezar este «ciberespaço» que não deixa de ser muito importante para a empresa, mas, acima de tudo, para as pessoas que nela trabalham. Por isso, eu própria, apesar da enormíssima escassez de tempo, começo por quebrar o silêncio, para deixar aqui palavras de incentivo à equipa. Dêem asas à imaginação, à inspiração, à vontade de escrever sobre outros temas (ou sobre os que já escrevem, mas com outro ponto de vista)...

Mas, além deste «repto», quero frisar que é sempre com muito gosto que a Esfera das Ideias acolhe novos membros. Até agora, só eu e a Rute escrevíamos neste espaço, porque o Tino e a Diana ainda não tinham aderido. Manias do pessoal da imagem :) Mas este blog não tem por objectivo viver só da escrita, portanto, continuamos pacientemente à espera dos seus contributos :)
Entretanto, a equipa cresceu e já não somos só quatro há algum tempo!!! Primeiro, entrou a Ana e, agora, contamos com a alegre presença da nossa «pequenina alentejana» - a Vanessa - e da Joana, que é a mais nova da equipa.
Um dia, talvez com um pouco mais de inspiração, escreverei mais sobre cada um de nós (se me autorizarem, claro). Por agora, quero mesmo sublinhar o facto de termos crescido, de já sermos uma equipa «mais composta» e o quanto a Esfera quer que cada pessoa se sinta parte importante e essencial para o funcionamento eficaz (e sempre de sucesso) deste pequeno todo.
Bom, por aqui me fico, aguardando os contributos de todos para que este weblog seja apenas mais um exemplo do nosso dinamismo, da nossa inspiração, da nossa criatividade e de tudo o que vocês quiserem...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

World Press Photo: para aproveitar, em Lisboa


As fotografias vencedoras do World Press Photo 2009 estarão até 19 de Julho no Museu da Electricidade, em Lisboa. Os visitantes podem apreciar, ao vivo, mais de 80 fotografias captadas nos quatro cantos do mundo, por autores de diversas nacionalidades.
A foto vencedora desta edição (em cima) foi tirada nos Estados Unidos da América por Anthony Suau (que ganhou este prémio pela segunda vez), para a revista Time. Apesar de se confundir com um cenário de guerra, trata-se de um momento da actuação de um polícia norte-americano, no Ohio. O enquadramento é confirmado pela legenda da foto, que explica que o polícia estava apenas a verificar se a casa estava abandonada após os proprietários terem recebido uma ordem de despejo, devido a dificuldades financeiras. Ou seja, é um retrato da crise.
Esta 52.ª edição (e terceira presença consecutiva no Museu da Electricidade) foi marcada por um aumento significativo de participantes, inclusive fotógrafos portugueses, que subiram de 23 para 50, em relação ao ano passado. Da tragédia à comédia, entre a realidade e a fantasia, a mostra do World Press Photo abre as portas à imaginação num dos edifícios mais bonitos e singulares da capital portuguesa. A seguir, o Funchal, Portimão e Ponta Delgada recebem a mesma selecção fotográfica.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Porque hoje é o Dia Internacional da Mulher…

O Dia Internacional da Mulher foi instituído no mesmo ano em que se implantou a República em Portugal – 1910. E porquê o 8 de Março? Porque foi neste dia que, em 1857, as nova-iorquinas empregadas em fábricas da indústria têxtil se manifestaram contra as más condições de trabalho e os salários reduzidos. Seguiram-se muitos outros protestos, como o de 1908, que juntou 15 mil mulheres em Nova Iorque, exigindo reduções de horário, melhores salários e direito ao voto.
Mas o Dia Internacional da Mulher só viria a ser estabelecido dois anos depois, na primeira conferência internacional sobre a mulher, em Copenhaga. No entanto, depois dos anos 20 do século passado, as comemorações deste dia esmoreceram e só foram revitalizadas com os movimentos feministas dos anos 60. Até que, em 1975, a Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu patrocinar o Dia Internacional da Mulher, para celebrar os feitos económicos, políticos e sociais que, com muito esforço, as mulheres alcançaram.

Há muitos anos que as mulheres lutam pela igualdade, mas o facto é que as diferenças entre sexos subsistem, embora cada vez mais ténues. Hoje, a edição on-line do Le Monde publicou alguns números que aqui vou citar, pois parece-me importante divulgar dados reais que mostram o quanto ainda estamos longe da paridade sexual. Mas não sou pessismista e penso que para lá caminhamos.


- 40 mil milhões de horas é o tempo que as mulheres da África Subsariana passam, ao longo de um ano, à procura de água. É o equivalente a um ano inteiro de trabalho de toda a população activa em França.

- 2/3 das horas de trabalho são asseguradas pelas mulheres em todo o Mundo. Mas, segundo a ONU, elas não recebem sequer um décimo dos rendimentos.

- 70% dos 130 milhões de crianças não-escolarizadas de todo o Mundo são meninas. Assim, não admira que 64% dos 867 milhões de adultos que não sabem ler sejam mulheres.

- 15% dos directores de investigação na União Europeia (UE) são mulheres. Nas áreas científicas e técnicas, esta taxa não ultrapassa os 9%.

- 21% é a diferença salarial média entre homens e mulheres em todo o Mundo. Na EU, esta diferença é de 17,4%.

- 8,8% dos membros dos conselhos de administração nas empresas do CAC 40 (as que têm melhor performance financeira em França) são mulheres.

- 60% é a percentagem de mulheres que integram o Governo finlandês. A Finlândia é o único país da União Europeia que tem mais mulheres do que homens no Governo. O país europeu com menos ministros do sexo feminino é a Hungria (6,25%) e a taxa média, nos 27 países da EU, é de 25,5%.

- 18,4% de mulheres ocupam cargos parlamentares em todo o Mundo. Na União Europeia, a taxa média dos 27 parlamentos nacionais é de 24%. A Suécia está em primeiro lugar (46,7%) e Malta em último (8,7%).

quinta-feira, 5 de março de 2009

Um jornal sem gralhas, um jardim sem flores

Errar é humano. Até Aníbal Cavaco Silva devia estar consciente disso quando proferiu (ao que se diz) a célebre frase «eu nunca me engano e raramente tenho dúvidas». Hoje, o Público faz 19 anos e Luís Francisco, jornalista do diário português, achou por bem revelar os «disparates», como lhe chama, que o jornal tem publicado até aqui.

Seguem, então, alguns trechos do relato de Luís Francisco, adiantando gralhas de jornalistas que, antes de mais, são humanos:

«(…) um homem do sexo masculino (…)»

«(…) atentado suicida não provoca mortos (…)»

«Em 1994, o inédito aconteceu: no primeiro dia de uma maré negra nas Shetland, vários navios sobrevoaram o petroleiro Braer.»

«O novo provedor de Justiça, Nascimento Rodrigues, tinha "cinco filhos, duas raparigas e dois rapazes".»

«A 20 de Junho de 2007 escrevemos que a mulher de D. João III foi D. Catarina de Bragança. Estava errado e corrigimos no dia seguinte: a senhora, afinal, chamava-se D. Leonor de Áustria. Assunto encerrado? Não. O PÚBLICO ERROU estava errado e o verdadeiro nome da rainha era D. Catarina de Áustria.»

«Trocar "facturantes" por "fracturantes" ainda é o menos; o pior é quando tiramos a letra do meio à palavra "céu".»

«Trocámos nomes às pessoas e publicámos fotos que não são delas, enganámo-nos em datas, forjámos nacionalidades, baralhámos siglas. Só nunca conseguimos igualar a mítica tirada do icónico comentador desportivo Alves dos Santos, que um dia terá dito: "O quarteto defensivo da Alemanha é constituído por três jogadores: Beckenbauer e Schwarzenbeck."»

«A 3 de Dezembro de 2007, a manchete do PÚBLICO sobre o referendo na Venezuela era taxativa: "Venezuela diz 'sim' à proposta de Chávez, oposição apela à vigilância". O único problema é que o "não" ganhou o referendo.»

«(…) a 3 de Janeiro de 1995, a morte do antigo ditador somali Mohammed Siad Barre vinha ilustrada com uma foto do ex-primeiro-ministro francês Raymond Barre (…)»

«(…) recordemos o jornal de 26 de Junho de 2008, onde, pelo menos na edição Porto, três chamadas de primeira página não tinham texto, apenas a base (em latim) utilizada para contar caracteres.»

«(…) pusemos o veterano Miles Davis a actuar no Festival de Jazz de Londres mais de década e meia depois da sua morte.»

Da minha parte, e sem gafes, deixo apenas uma breve mensagem: Parabéns, Público!

Nota: A pesquisa destes «pequenos tesouros» foi feita por Alexandra Galvão e Leonor Gonçalves e o texto pode ser lido na íntegra aqui.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Greve contra os despedimentos colectivos da Controlinveste

Os trabalhadores do Diário de Notícias, Jornal de Notícias e Jogo estão, hoje, em greve. O objectivo é mostrar indignação perante os despedimentos colectivos anunciados no início deste ano pela Controlinveste, a empresa que detém os três títulos.
À hora em que se escreve este texto, dos quatro jornais que integram o grupo, só o 24 Horas não tinha confirmado a sua adesão à greve. No entanto, segundo as declarações que os delegados sindicais dos outros três títulos deram à agência Lusa, ao final da tarde de ontem, espera-se uma adesão «francamente positiva».
As cartas de despedimento começaram a chegar às mãos dos trabalhadores na passada quarta-feira. Esta greve é um manifesto contra a falta de vontade em negociar da Controlinveste. «Se a administração tivesse dado o mais pequeno sinal que fosse, a greve teria sido imediatamente desconvocada», disse, à Lusa, Paulo Silva, jornalista e delegado sindical do Jornal de Notícias.
Além desta paralisação, os trabalhadores já pediram a intervenção do Presidente da Republica, primeiro-ministro, grupos parlamentares, Entidade Reguladora para a Comunicação Social, Provedor da Justiça, ministérios do Trabalho, da Economia, dos Assuntos Parlamentares, e das comissões de Trabalho, de Economia e de Ética, Sociedade e Cultura.

Despedimentos em números
- 66 no Jornal de Notícias
- 17 no Jogo
- 14 no Diário de Notícias
- 12 no 24 Horas

Lá fora, o cenário não está melhor

No país vizinho, o sector da Comunicação Social também parece estar a ressentir-se com a tão anunciada crise. Ontem, o diário espanhol ABC apresentou um Expediente de Regulação de Emprego (terminologia utilizada em Espanha para designar os despedimentos colectivos). O resultado? Serão afectados 238 dos 456 funcionários – mais de metade.
O grupo proprietário deste jornal – o Vocento – justifica este Expediente com «questões de cariz económico, produtivo e organizativo». Em comunicado, o Comité de Empresa que representa os trabalhadores do ABC afirmou que «não há disposição para negociar nenhum despedimento e que se utilizarão todas as ferramentas para evitar esta agressão».
O mais estranho é que, no passado dia 24 de Fevereiro, o ABC publicou uma notícia que anunciava o facto de ser o único jornal espanhol a aumentar o nível de vendas, que subiram 14,2% em Janeiro. Perante este dado, a dúvida instala-se: será mesmo da crise? Ou este contexto estará apenas a servir de desculpa para aumentar os lucros, à custa de cortes nos recursos humanos e consequente sobrecarga nos que ficam?